O valor calculado para o reajuste da tarifa de transporte coletivo em Santa Maria, R$ 2,63, é a pauta de boa parte das discussões na cidade. Seja pelo lado de quem paga a passagem, seja pelo viés de quem é remunerado pelo serviço, a complexidade da conta dificulta até mesmo a argumentação de um lado e de outro.
Dos R$ 2,63 propostos, 52%, ou seja, R$ 1,38, seriam direcionados para o pagamento de funcionários, já com reajuste previsto de 10,33% nos salários do setor. Em segundo lugar no peso do custo, estão os combustíveis, com 18%, o que equivale a R$ 0,49. Veja no gráfico a proporção de cada um dos insumos da passagem.
O presidente da Associação dos Transportadores Urbanos (ATU), Luiz Fernando Maffini, sustenta que as empresas do consórcio SIM (Sistema Integrado Municipal) vivem uma situação de descompasso financeiro em decorrência de uma série de gastos. A elevação de preços de combustível, peças, pneus e acessórios, renovação da frota e o pedido de reajuste do sindicato dos funcionários das empresas de transporte coletivo são citados, por ele, para justificar o pedido de aumento. Maffini parece já ter jogado a toalha na queda de braço entre prefeitura e ATU em torno do cálculo da tarifa. O pedido de elevação da passagem para, no mínimo, R$ 2,70 já é visto como algo distante:
Ao que tudo indica, teremos algo em torno de R$ 2,60. O que a prefeitura e a sociedade precisam entender é que temos compromissos.
Conforme o secretário de Mobilidade Urbana, Miguel Passini, o percentual de cada insumo na tarifa está previsto na tabela usada no cálculo, elaborada pelo Geipot, ainda na década de 1990. Nessa tabela, são inseridos os preços apurados junto a fornecedores e também com base nas notas fiscais fornecidas pelas empresas que prestam o serviço à prefeitura. Quando há diferentes preços, pode ser feita uma média ponderada entre eles ou fazer a opção pelo menor.
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